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Por: Sandra Carvalho Em 17 de novembro de 2022
Ao enviar o projeto que seria a primeira ideia de um banco de desenvolvimento em Minas Gerais, em 1951, o então governador Juscelino Kubitschek, escreveu: “Seu funcionamento será simples e econômico porque não precisará dispor de pessoal numeroso, estabelecer rede de agências ou contar com instalações dispendiosas, a que são forçadas as demais instituições de crédito”. No entanto, a nobre proposta não passou. O lobby dos bancos mineiros que temiam a concorrência de um banco público foi mais forte.
As “Jornadas de Desenvolvimento”, impulsionadas pelo então presidente do BDMG, Hindemburgo Chateaubriand Pereira Diniz, reunia técnicos do banco com produtores e empreendedores nos municípios para apresentar programas e linhas de crédito, e discutir projetos. Numa dessas jornadas, em Montes Claros, no Norte de Minas, o jovem José Alencar Gomes da Silva buscou informações junto ao BDMG para o projeto da Coteminas. A empresa foi fundada por Alencar, que no futuro tornou-se vice-presidente da república, no ano de 1967 com o apoio do BDMG.
Minas Gerais já havia amargado uma frustração nos anos de 1950 ao não conseguir atrair uma montadora de veículos francesa para Santa Luiza. Questões como falta de infraestrutura de rodovias e energia pesaram. Mas no início dos anos de 1970, o Estado já havia feito o dever de casa e estava melhor preparado. Em dezembro de 1970, Silviano Cançado de Azevedo, então presidente do BDMG, e seu antecessor, Hindemburgo Chateuabriand Pereira Diniz, estiveram em uma missão pelos EUA, França e Itália, que visava atrair investimentos. Na reunião no escritório da Fiat, em Roma, enquanto apresentavam projetos aos diretores da fábrica italiana, Rondon Pacheco, que sucederia Israel Pinheiro no governo de Minas dali a três meses, visitava Giovanni Agnelli, presidente da empresa, em Turim. São Paulo, principal polo automotivo do país, também estava no páreo pela Fiat. A grande estratégia de Rondon para conseguir o empreendimento foi tirar proveito da grandeza paulista. Além das vantagens oferecidas, Rondon Pacheco usou a política do “filho único” para conquistar Agnelli. Como a Fiat seria a única indústria automobilística de Minas, ao contrário de São Paulo, teria toda a atenção do governo e do BDMG. A estratégia funcionou.