Home >> Diálogos DC >> Diálogos DC 90 anos aborda festa da cidadania
Evento do DC será lançado amanhã no Youtube
Por: Thaíne Belissa Em 28 de setembro de 2022
A poucos dias das eleições, o Brasil se prepara para o que se costuma chamar de Festa da Democracia. A expressão faz referência ao direito do cidadão de votar e escolher os governantes no modelo de governo democrático. Mas, será que essa reflexão se resume ao dia das eleições? E como o exercício da cidadania e o fortalecimento da democracia podem acontecer para além da lógica da escolha de governantes? Para discutir essas questões, o DIÁRIO DO COMÉRCIO convidou lideranças de diferentes setores ligados ao tema, que participarão do 4º Diálogos DC 90 anos, que será lançado amanhã, no canal do Youtube do jornal.
O evento faz parte de um ciclo de debates, que iniciou em julho e vai até novembro. O Diálogos DC faz parte do Movimento Minas 2032, que é fruto da articulação das diferentes esferas da sociedade para construção de uma sociedade pautada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A iniciativa busca o poder transformador da troca de ideias por meio de debates realizados entre especialistas, representantes do poder público, da sociedade civil e de empresas dos diversos setores econômicos. Em 2022 a ação ganhou o nome especial Diálogos DC 90 anos, em comemoração às nove décadas do jornal.
O debate sobre a “Qualidade da Democracia e da Cidadania” contará com a presença de cinco convidados. Entre eles está a head de Diversidade, Equidade e Inclusão da ThoughtWorks (consultoria global de tecnologia), Grazi Mendes. Ela é uma das mais conhecidas influenciadoras digitais da área de recursos humanos e falará sobre como a democracia e a cidadania são temas “da porta para dentro” das corporações. Além de 20 anos de experiência no mundo corporativo, Grazi é professora das principais escolas de negócios do País, cofundadora da Ponte, hub de diversidade e inclusão, e do cursinho popular Pré Enem Morro do Papagaio.
Também participará o procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, representando o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), um órgão essencial para garantir a qualidade da democracia e da cidadania. Ele falará sobre o importante papel fiscalizador do MP e como ele ajuda a cumprir, sobretudo, o ODS de número 16: “Paz, justiça e instituições eficazes, que propõe “promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à Justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis”.
Além deles, também participarão do debate duas representantes da ONG Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), sediada em Belo Horizonte, e que promove ações diversas nas áreas de educação, cultura, comunicação, entre outras, com o objetivo de fortalecer sujeitos e organizações no enfrentamento aos desafios de construção da cidadania. As representantes são: Rafaela Lima, a fundadora da ONG, e Luísa Camargos, a primeira profissional de Relações Públicas com síndrome de Down no Brasil, além de influencer digital e podcaster.
O debate será mediado pela jornalista Paola Carvalho, que ainda convidará o diretor do Instituto Orior e representante do Movimento Minas 2032, Raimundo Soares, para propor uma reflexão a partir das apresentações.
A presidente e diretora editorial do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Adriana Muls, destaca a relevância desse tema, que, de alguma forma, atravessa todos os outros debates trazidos no Diálogos DC. “Esse é um ano importante para a história da democracia no Brasil por ser um ano de eleições presidenciais. Mas, a verdade é que a festa da democracia deveria ser todos os dias, assim como a festa da cidadania. Esses dois temas são importantíssimos para a construção de um futuro melhor e deveriam ser fortalecidos e celebrados no dia a dia, em cada decisão do Legislativo, nos relatórios das empresas, na ação individual de cada cidadão. Estamos muito felizes por promover esse debate em um momento tão oportuno e temos certeza que será mais um espaço de aprendizado e construção conjunta”, diz.
Escolher um governante é, de fato, um dos momentos mais importantes da vida de uma sociedade que vive o regime democrático. Mas, entender que a democracia não se resume ao exercício do voto é fundamental para a garantia dela. E os brasileiros parecem saber disso. Pelo menos é o que mostra o estudo “Violência e Democracia: panorama brasileiro pré-eleições de 2022 – Percepções sobre medo de Violência, Autoritarismo e Democracia”, divulgado no último dia 15 de setembro.
De acordo com o levantamento, 88,5% dos brasileiros entrevistados concordam que “o povo ter voz ativa e participar nas principais decisões governamentais é essencial para a democracia”. O estudo foi realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em parceria com a Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (RAPS), e com apoio do Fundo Canadá para Iniciativas Locais (FCIL).
A pesquisa também mostra uma melhora em alguns índices sobre a percepção dos brasileiros sobre os direitos civis, que é a cidadania e a democracia vividas na prática. Segundo o estudo, 83,4% dos entrevistados reconhecem que existe racismo no Brasil, um resultado que é melhor do que o da última pesquisa de 2017, quando esse número era de 70%. Na análise, o estudo afirma que isso indica “uma melhora na percepção sobre um marcador que é pungente nas violências e desigualdades brasileiras”.
Outro dado que também mostra mais empatia do brasileiro com a agenda dos direitos de cidadania é o apoio de 82% dos entrevistados à demarcação de terras indígenas. Para os autores do estudo, esse resultado tem a ver com a recente repercussão internacional da violência na região Amazônica e o aumento dos índices de desmatamento, que aproximaram o tema do cotidiano e das preocupações da população brasileira.
A pesquisa também mostrou que há grande concordância de que as pessoas que passam fome devem ser amparadas pelo Estado. Segundo o estudo, 92,1% dos entrevistados concordam que “Se uma pessoa é muito pobre, é justo que receba o Auxílio Brasil ou Bolsa Família”, benefícios com os quais 87,7% dos entrevistados concordam.
Quando a população entende a importância desses direitos civis, sociais e humanos e percebe que eles devem ser uma garantia do governo, a democracia é fortalecida. Os autores do estudo lembram que isso fica claro na história do Brasil, pois “quanto mais democráticos se tornaram os mecanismos de representação popular, quanto mais transparente e institucionalizado se tornou o exercício do poder político, mais as políticas públicas avançaram no atendimento de demandas coletivas de educação, saúde e proteção social”.
O ciclo de debates do Diálogos DC 90 anos já trouxe, desde julho, diversos representantes da sociedade para discutir temas como educação e cultura, inovação e produção tecnológica, qualidade de vida e ambiental. Além do debate sobre “Qualidade da Democracia e da Cidadania”, que será lançado amanhã, há ainda mais uma edição, em outubro, que discutirá a “Qualidade da Geração e Distribuição de Riquezas”. Em novembro, o ciclo será oficialmente encerrado com a edição 2022 do Prêmio José Costa e a solenidade de comemoração dos 90 anos do DIÁRIO DO COMÉRCIO.
O Diálogos DC é parte da campanha de comemoração do 90º aniversário do DIÁRIO DO COMÉRCIO, cujo slogan é “Debates Conscientes há 90 anos”. Além do Diálogos, a campanha inclui um hotsite com a história do jornal; uma série especial de conteúdo inédito dos principais acontecimentos econômicos em Minas e no Brasil nos últimos 90 anos; e uma série de entrevistas com as empresas mais longevas do Estado de Minas Gerais.
“O Diálogos DC dá continuidade à história do DIÁRIO DO COMÉRCIO, que há 90 anos nasceu para contribuir com o desenvolvimento de Minas Gerais, sob a ótica do bem comum, sempre engajado em grandes causas do Estado. Está completamente alinhado ao propósito do jornal porque propõe a discussão de temas essenciais, com profundidade e diversidade, para a construção de uma agenda convergente e propositiva. Colaboração e articulação são palavras-chave. Continuaremos debatendo, provocando, apontando caminhos e, sobretudo, produzindo conteúdo transformador. Este é o nosso papel”, afirma a presidente do DC, Adriana Muls.