Home >> Há 90 Anos >> Diário do Comércio é pioneiro em sistema de impressão
Por: Sandra Carvalho Em 17 de agosto de 2022
Em 1967, o DIÁRIO DO COMÉRCIO foi vanguardista ao implantar uma impressora offset em sua oficina. Tornou-se o primeiro jornal em Minas e o segundo do Brasil com impressão a partir de processos fotográficos, químicos, a chamada composição a frio.
“Na verdade, quase foi o primeiro jornal. Nós compramos a máquina na mesma época em que o Correio Brasiliense. Os equipamentos chegaram juntos ao Brasil. Porém, os técnicos americanos que vieram para a instalação se dirigiram antes a Brasília. Só por isso não fomos pioneiros no País, mas fomos em Minas”, relatou o presidente do Conselho Gestor do Jornal, Luiz Carlos Motta Costa.
A nova impressora permitiu inovações na diagramação do jornal. As páginas passaram a apresentar quatro ou cinco colunas. Os fios verticais e horizontais que separavam as matérias desapareceram, inaugurando um visual mais leve e arrojado para os jornais da época. Aumentou o uso de fotografias e passou a se utilizar um papel mais claro e mais liso.
“Era uma impressora potente, com maior capacidade e rapidez na impressão. Isso permitia finalizar a edição mais tarde que outros jornais, incluindo as notícias de última hora, e disponibilizar o impresso para a entrega bem mais cedo. Foi um grande diferencial e um importante passo antes da informatização”, observou Luiz Carlos. Um ano depois, José Costa viajou aos Estados Unidos para avaliar a possibilidade de usar computadores no processo, o que só viria anos mais tarde.
A nova impressora permitiu mudanças significativas no processo de produção jornalístico. Na redação, Victor Hugo de Almeida assumiu a chefia, tendo Francisco Brant e Guilherme Apgáua e Luiz Carlos Motta Costa como repórteres. Nessa época, constituiu-se uma maior divisão do trabalho organizado em pauta, cobertura, diagramação e produção de conteúdo. Osório da Rocha Diniz se mantém como editorialista e o jornal continua tendo colunas fixas de vários articulistas. A prioridade continuava a ser a economia regional.
– A primeira escada rolante de Belo Horizonte funcionou no Edifício Maleta, no Centro da Capital. Segundo a historiadora Júlia Calvo, ela foi instalada pouco depois da reinauguração do edifício, em 1961, que havia passado por uma grande reforma. “Virou uma atração turística. As pessoas vinham do interior para conhecer a escada, faziam peregrinação. As histórias da época são hilárias. Tinha casos de pessoas que tinham medo de subir na escada”, informou. A escada parou de funcionar poucos anos após a inauguração por problemas mecânicos e se encontra paralisada até os dias atuais.
– Também no edifício Maleta, a tradicional Cantina do Lucas foi inaugurada em 1962. Tinha outra denominação, mas o nome Cantina do Lucas acabou pegando por causa do simpático proprietário. Ficou conhecida por ser frequentada por produtores culturais, intelectuais, políticos e artistas. No período da ditadura, a cantina era ponto de encontro da resistência ao regime militar. O estabelecimento é o único restaurante da Capital tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Belo Horizonte.
– Criado na década de 1960, o Clube da Esquina foi um dos movimentos mais importantes da música brasileira. Milton Nascimento e os irmãos Marilton, Márcio e Lô Borges iniciaram um grande laço de amizade em 1963, quando Milton, o Bituca, se mudou para o Edifício Levy, em BH, onde morava a família Borges. A união resultou em canções inesquecíveis na música popular brasileira. Anos mais tarde, outros nomes importantes se juntaram ao movimento: Toninho Horta, Beto Guedes, Fernando Brant e Flávio Venturini.
– O 1º Congresso Nacional de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, realizado em Belo Horizonte no dia 17 de novembro de 1961, em marco histórico do processo de lutas sociais no campo. Pela primeira vez, organismos e entidades que atuavam no meio rural aprovaram uma declaração conjunta de prioridades, entre as quais está a Reforma Agrária, e visões críticas, em sintonia com as mobilizações pelos direitos da cidadania que caracterizaram o governo do presidente João Goulart (1961-1964).
– A Campanha da Mulher pela Democracia criada em Belo Horizonte em 1962 foi um movimento feminino preparado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), segundo historiadores consultados. O Ipes era formado pela nata do empresariado brasileiro e por representantes de multinacionais. Suas ações eram financiadas, principalmente, pelos Estados Unidos. A ideia do movimento era mobilizar mulheres mais tradicionais e conservadoras contra o governo de João Goulart. Havia grupos também em outros estados.